terça-feira, 22 de junho de 2010

Eu sei, não é assim, mas deixa.

Posso ser sincera? Eu acho que daria certo. Mas as coisas ao meu ver, quando se tratam de você, sempre dariam certo. Como a história do colar, que depois disso eu teria várias recaídas por você. Como já tenho, sem motivo algum para as mesmas. E eu me apaixono por você todo dia ou sempre que posso. 
Você entraria com os sapatos molhados em casa e, com certeza, aconteceria uma discussão pra saber quem estava certo. Como sempre acontece.
Aos finais de semana, acordaríamos bem tarde, depois sairíamos para tirar fotos. Um inspirando o outro. Na volta, você faria o almoço. Afinal, ninguém faz um miojo melhor que o seu. Daria pra sobreviver assim, mas só com você.  Seu trabalho ia complicar tudo, você sempre chegaria tarde ou passaria mais de duas semanas sem vir até mim. Mas eu sei, que você do jeito que é, me ligaria todos os dias de manhã pra desejar "bom dia" e de noite, pra dizer que me ama e desejar "boa noite". E quando você voltasse, seria obrigatório um abraço apertado de boas-vindas. Sempre reclamaria, por que você é difícil, você gosta de discutir as coisas mínimas.  Separaríamos uma parte do armário da despensa, para as besteiras. Miojo, pão e cerveja ruim. A que você gosta, mesmo. 
Seriam, no mínimo, cinco brigas por dia. Uma pelo fato de você ter esquecido seu celular em casa, outra por ter derrubado o controle da TV debaixo do sofá ou por eu ter queimado o café.  E como você mesmo disse, seria impossível "olhar para o espelho enquanto se escova o dentes e ver só uma face, sentar para ver TV ou almoçar sem ninguém pra reclamar do estresse do trabalho ou do barulho do vizinho do apartamento superior"
E, na hora de dormir, eu apertaria sua mão como se fosse a última vez. Mas... você sabe, às vezes "podemos nos ignorar, mas será difícil permanecer incomunicável; ele é idiota e dá liberdade para ela falar todas as merdas que lhe passam pela cabeça...
Ou escuta sua opinião e para evitar uma briga, concorda.
Talvez possa gritar, jogar coisas no chão, perder o controle... Mas sabe que tudo que é destruído pode ser reparado. E por amá-la demais, tenta sempre melhorar, sempre lhe prover o melhor mesmo que para isso tenha que vê-la chorar durante anos e anos, sabendo que no fundo sua intenção sempre fora lhe ver sorrir"
É que eu custo a imaginar isso. Eu gosto disso e sonho com isso. Não custa nada, custa? É um pouquinho mais barato do que comprar um cartão telefônico para saber do seu paradeiro e não ter resposta.

"I'll keep holding on to you. See no use perfecting lives with strangers, if only you, if only now."